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O Autor

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quarta-feira, 2 de novembro de 2011
— Eu não vou pra festa alguma com você e seus novos amigos e ponto! - Josh usou de um tom de voz com Keegan que não era deu seu praxe usar. – Você sabe muito bem que eu não gosto de ninguém daquela sua turminha da faculdade e ainda insiste em me chamar para sair com vocês em uma festa. Quer ir? Ótimo, divirta-se sem mim, mas depois fará sem mim o que você gosta de fazer pós-festas! – Josh exaltou sem tirar os olhos azuis dos olhos verdes de Keegan.

— Josh, pare de ser infantil e entenda que eu não quero ir a essa festa sem você, e...

— Não quer ficar na festa sem mim, mas insiste em me chamar mesmo após eu ter dito não e explicado os motivos para você milhões de vezes.

— Desculpe se eu faço questão da sua companhia quando eu quero sair pra me divertir no nosso sábado. Mas está tudo bem. Quer ficar? Fique. Eu vou! – Keegan colocou sua jaqueta preta de couro por cima de sua camiseta xadrez em tons que mesclavam dois azuis, um claro e um escuro, e verificou seus sapatos pretos. Olhou para um vaso que estava em cima da lareira da casa de Josh e viu seu reflexo, e foi por ali que ele deu uma pequena penteada em seu cabelo louro e passou a mão no rosto que estava com a barba por fazer, e fitando Josh pelo reflexo viu que o pequeno o encarava perplexo pela sua aparente indiferença. Keegan se virou e deu um beijo no rosto de Josh antes que ele percebesse que ele o faria e saiu de sua casa deixando o moreno irritado.

Josh se jogou no sofá e cruzou os braços, fazendo bico. Frente à televisão desligada ficou pensando como Keegan poderia ter feito isso com ele. Era o sábado deles e de mais ninguém, essa era a essência do “nosso sábado”: um dia para os dois, sozinhos. Um remorso causou um frio na barriga de Josh que quase o fez ir atrás de seu namorado e não largar do braço dele nem por um minuto sequer na tal festa dos amigos da faculdade de Keegan, mas um orgulho que nem Josh soube de onde veio o fez desviar o caminho.“Keegan não quis ir sozinho? Que seja feita a sua vontade. E quanto a minha vontade, que a noite me mostre qual é!” – e foi com pensamentos desse tipo que Josh foi parar em frente a Open Deck.

A Open Deck era uma das novas boates de New York e logo nos primeiros dias já havia atraído uma grande quantidade de freqüentadores badalados e até algumas celebridades. O estabelecimento era grande e bonito, e um letreiro em fontes esteticamente desenhadas e coloridas estava acima da entrada exibindo o nome da boate. No primeiro andar, várias mesas de madeiras por todo o piso estavam lotadas de casais, tanto homossexuais quanto heterossexuais; esse era o bar. Nas paredes, alguns discos de vinis e suas capas davam um tom elegante ao lugar, inclusive sua proposital baixa iluminação. O segundo andar era o piso da balada e lá um DJ em alto e bom som estava fazendo a festa de todos que ali estavam.

Josh adentrou a Open Deck e logo foi notado por grande parte das pessoas presentes a entrada no local que lhe olhavam dos pés à cabeça. Ele calçava um par tênis All Star, uma calça jeans preta, uma camiseta baby look da mesma cor e uma jaqueta jeans azul. Cruzou os braços demonstrando seu receio e passou por algumas pessoas até achar uma mesa vazia e se sentar. Alguns segundos e o barman chegou a sua mesa:

— Olá, deseja alguma coisa?

— Apenas um refrigerante, por favor. – e segundos depois ali estava Josh com a sua Coca-Cola.

Algumas mesas a sua frente havia duas pessoas conversando o que lhe parecia ser sobre si próprio. Uma mulher de longos e louros cabelos soltos, batom e vestido curto, decotado e agarrado, ambos vermelhos fortes e sapato de salto alto, e um homem de cabelo curto, arrepiado e prateado, com uma camiseta social de cor rosa com detalhes repicados e uma calça preta, também social, alternavam olhares com Josh. Em alguns momentos a bela mulher cerrava os olhos e olhava o pequeno moreno sem parar, fazendo com que seu rosto de pele branca ficasse levemente corado. Foi quando a mulher levantou-se deixando o rapaz de cabelo prateado sozinho na mesa e foi até Josh:

— Está sozinho, rapaz?

— Si... sim. Tecnicamente. – Josh gaguejou ao ver a mulher apoiar as mãos sobre sua mesa e praticamente lhe exibir os fartos seios que quase lhe escapavam o decote.

— Hum... Não gostaria de me fazer companhia jovem...?

— Portwood. Josh Portwood, muito prazer.

— O prazer é todo meu, Josh. Sou Sarah Spencer e quero apenas alguém para conversar, passar o tempo de tédio nesse bar. Nada de mais. – Disse e acenou com a cabeça para a sua mesa, ao que Josh olhou e viu que o rapaz de social e cabelo prateado não estava mais ali presente.

— Não vejo problema algum, eu acho. Vamos.

Ambos se sentaram a mesa em que Sarah estava sentada e ficaram um tempo em silêncio até que Sarah chama o mesmo barman que havia servido refrigerante para Josh e pede duas doses de whisky com energético, ao que Josh se pronuncia em vão tentando negar a bebida, já que o barman já havia saído e já estava voltando com as doses pedida por Sarah.

— Obrigada Sarah, eu não consumo bebida alcoólica, obrigado.

— Ora Josh, é apenas whisky com energético, e está fraca até. É uma delícia, experimente!

Josh experimentou a dose e realmente era deliciosa. Não estava forte, nem fraca. Para ele parecia estar no ponto ideal... Tão ideal a ponto de pedir mais algumas doses logo depois dessa primeira.

Em meio a várias doses de whisky com energético e assuntos aleatórios como gostos musicais, filmes e livros, Sarah convida Josh a ir para o segundo andar da Open Deck, onde o DJ estava tocando muita música eletrônica para centenas de pessoas. Josh aceita o convite e sobre as escadas rumo a tal piso e se depara com uma imensa porta preta, ao que Sarah a abre e puxa Josh balada adentro.

O lugar estava lotado e mal dava para se movimentar, o que tornava inevitável o esbarro em várias pessoas. As luzes de neon e raios lasers de efeito estavam estonteando Josh por conta da grande quantidade de whisky com energético que ele havia consumido. Josh fecha os olhos e começa a dançar no ritmo da música e toda a batida envolvente dos remixes feitos pelo DJ, ao que Josh até se esquece de que estava com Sarah ali. Quando o mesmo abre os olhos, de longe consegue enxergar o mesmo rapaz que estava no bar ao lado de Sarah lhe encarando novamente, o de cabelo prateado. Ele se lembra de que havia se esquecido de perguntar sobre o intrigante rapaz e quando pensou em virar-se para falar com Sarah, viu que a mesma já não estava mais ali. Josh continuou dançando e não queria mais parar, porém lhe incomodava ver aquele desconhecido dançando sensualmente lhe encarando sem parar. Em um dos segundos que Josh parava para olhar o estranho e via que ele continuava fitando-o fixamente, ele viu o rapaz saindo de onde estava dançando e vindo em sua direção.

— Olá Josh, tudo bem com você? – gritou o rapaz para Josh, ao que pareceu que ele havia lhe sussurrado o comprimento, pois não conseguira ouvir praticamente nada do que ele havia dito, tal por conta do alto volume das músicas que tocavam.

— Oi... sim, eu... eu estou ótimo! - Josh ficou estático por alguns segundos apenas olhando os detalhes faciais do moço e claro, seu cabelo diferenciado. — Como você sabe meu nome?

— Uma amiga me disse.

— Sarah?

— Ela mesma. Sou Alyson Stone e achei você muito bonito, gostaria de conversar a sós com você! - e Keegan veio à cabeça de Josh imediatamente.

Onde estaria seu namorado, com quem e o que estaria fazendo nesse momento? Seu coração apertou, sua visão ofuscou e suas pernas estremeceram. Cairia se Alyson não o tivesse segurando em seus braços e puxando-o para perto de si quase selando seus lábios ao de Josh.

— Me dê licença, eu tenho namorado! – E Josh se soltou dos fortes braços de Alyson e foi em direção á grande porta preta que dava para a escada que levava ao bar.

Alyson seguiu Josh até o lado de fora da Open Deck, onde seguiu se escorando pelas paredes do estabelecimento pela dificuldade de andar. Sua visão estava embaçada e uma neblina parecia ofuscar o seu caminho. Mas ele não parou e continuou andando...

— Josh, me espere. Não vá embora agora, nós nem conversamos direito. Fique! – Alyson segurou Josh de modo brusco, o que fez com que ele ficasse extremamente irritado com o rapaz e alterasse a voz com ele.

— Por favor, me large. Não percebe que não quero nada com você? Eu nem te conheço, e mesmo que conhecesse não faria nada com você. Eu tenho namorado, já disse!

Josh atropelava algumas palavras quando falava, mas estava convicto de que estava sendo compreendido. E estava sendo compreendido, mas para Alyson isso não fazia diferença alguma tanto é que ele calou Josh lhe forçando um beijo. Josh se debatia e tentava gritar, porém não era ouvido por ninguém por já estar a uma boa distância do Open Deck e as poucas pessoas que passavam ali por perto se faziam de indiferentes ao ocorrido.

Josh conseguiu se soltar dos fortes braços de Alyson e em pânico começou a correr o mais forte que pôde. Esbarrava em algumas pessoas e olhava para trás, vendo um vulto que mesclava o rosa com o prateado correndo atrás de si.

Foi quando Josh viu a alguns metros de si outro vulto. Viu azuis se misturando com o preto e quis pedir socorro. Tentou gritar mas a voz não saiu. Viu a imagem de um rapaz andando pela rua se formando em sua frente. Ele estava carregando uma jaqueta de couro com a mão direita mantendo-a apoiada de um lado das costas e tinha a mão esquerda no bolso da calça. Tinha os ombros pouco largos, e uma costa definida. Era o que Josh conseguiu ver antes de tropeçar e cair, fazendo sua mãe encostar no indivíduo que já estava na sua frente.

— Muito bem, finalmente não deu mais conta de correr de mim, não é? – Alyson tinha um tom de voz maligno e sua expressão facial era medonha de uma forma que fez Josh se encolher no chão e fechar os olhos quando viu que o punho do rapaz estava vindo em direção à sua face.

Um silêncio se fez após o som de um forte punho em choque com algo. Josh arriscou abrir os olhos e viu Alyson ao chão. Estava com a mão na boca, a mesma estava sangrando. Um pavor começou a lhe tomar o interior quando sentiu fortes braços lhe levantando devagar...

— Josh, você está bem? O que aconteceu? Quem é esse cara?

— Keegan! Você. – E Josh praticamente pulou em Keegan. Apertou o loiro fortemente como se pudesse abraçar o mundo inteiro de uma só vez. Não queria mais largar, estava conseguindo fazer todo aquele pânico se dissipar e ser substituído por uma paz interior indescritivelmente grande. – Meu amor, é tão bom poder te ver de novo. Por favor, me abrace. Não deixe ele me pegar, não deixe! – disse com a voz embargada e um hálito que exalava bebida alcoólica.

— Está tudo bem meu amor, está tudo bem. Não deixarei que lhe façam mal, não deixarei. – Keegan moveu a cabeça um pouco para o lado direito na tentativa te ver Alyson ainda caído no chão e quem sabe voltar a socar a cara daquele que havia deixado Josh nesse estado, porém não o viu. Ao longe era possível vê-lo correndo e virando uma rua qualquer. – Ele se foi embora, Josh. Já está tudo bem.

Ambos ficaram abraçados por mais alguns minutos e quando se soltaram, deram um carinhoso beijo um no outro. Era um beijo doce que aumentava de ritmo e diminuía calmamente. Alguns segundos para uma troca de olhares foram o suficiente para representar pedidos de desculpas e perdões aceitos de ambos os lados.

— Eu fiz errado de ter deixado você ir sozinho à aquela festa, e não deveria ter ficado com raiva e ter ido para aquela maldita balada. Por favor, me perdoe.

— Eu quem peço o seu perdão, eu não deveria ter acabado com o nosso sábado assim para ficar do lado de fora daquela maldita festa.

— Como assim do lado de fora, você não entrou?

— Em momento algum. Eu fiquei com a cabeça o tempo todo pensando em você e não quis entrar mesmo que meus colegas insistissem para que eu participasse da festa. Aí eu decidi ir embora e... Bom, nos encontramos.

— E eu bêbado correndo de um psicopata sexual esbarrei em você, eu sei.

— Para, vai. Ele te machucou, fez alguma coisa com você?

— Eu estou bem, graças a Deus. E graças a você, claro... Por ter aparecido no meu caminho mais uma vez, por termos nos esbarrado mais uma vez quando tudo parecia estar ruim para mim. Eu só tenho a te agradecer.

— Josh Portwood, eu amo você! – e com um longo, quente e delicado beijo Josh correspondeu às reais e sinceras palavras de Keegan.

— Eu amo você, Keegan Shedler, meu herói!